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KAROL CINTI

Pix e a inclusão financeira


O Pix chegou e já está mudando a forma com a qual os brasileiros realizam seus pagamentos e transferências. A inclusão financeira é um dos maiores diferenciais desse sistema de pagamentos que é mais do que um serviço bancário comum e tem, inclusive, um papel social. Principalmente para quem nunca teve acesso a uma conta bancária, ou mesmo preferia pagar e receber por produtos e serviços em dinheiro.



A Índia, segundo país mais populoso do mundo (com mais de 1,3 bilhão de habitantes), tem cerca de 191 milhões de pessoas sem acesso ao sistema bancário (dados de 2017, segundo o Banco Mundial), teve sua plataforma de pagamento instantâneo lançada em 2011 e é considerada um grande exemplo de sucesso, pois para realizar as operações, os usuários precisam apenas de um número de celular.


Aqui, com o Pix, além das vantagens mais conhecidas (como gratuidade, disponibilidade 24 horas todos os dias, inclusive finais de semana e feriados, e crédito imediato na conta de destino), pessoas que nunca pensaram em ter uma conta, agora podem usufruir destes serviços bancários. E estamos falando de aproximadamente 45 milhões de desbancarizados no Brasil, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, em setembro de 2019. Trata-se de 1/3 da população adulta brasileira, que até então não tinha qualquer acesso a produtos e serviços bancários.


Nesse momento delicado que enfrentamos, em que comércios foram fechados, muitos serviços migrados para o virtual e o governo liberou auxílio pra ajudar quem ficou sem renda, pessoas que não tinham acesso à internet, plataformas de pagamentos, conta em banco, cartão de crédito etc., se viram com poucas opções e ficou evidente a limitação do ecossistema. Por outro lado, de acordo com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o Brasil sairá desta pandemia com cerca de 35 milhões de pessoas inseridas no sistema financeiro, devido ao pagamento do auxílio emergencial. Trata-se da inclusão de uma parcela importante da população, sobre a qual não havia nenhum dado, e agora se sabe o endereço da pessoa, a composição familiar, o CPF, a atividade, que servem de base para criação de novas ações de apoio.


O projeto de criação do Pix já existia. Desde 2013 foi levantada a necessidade de um sistema integrador e, em 2018, o Banco Central iniciou o trabalho junto a instituições financeiras e de pagamentos, resultando no lançamento do Pix em 16 de novembro de 2020. A partir de agora, o objetivo do Bacen é expandir o serviço para que toda a população tenha acesso a livre movimentação de dinheiro, recebimento de benefícios do governo, pagamento de impostos, compras online, entre outros; além de impulsionar a economia, com a transação mais rápida do dinheiro, custos mais baixos e modernização do mercado bancário.


Segurança e Fraudes


Mas uma preocupação comum, quando se fala de cadastro e fornecimento de dados, é com a segurança. Pensando nisso, o Bacen formou um grupo de trabalho específico para cuidar desse tema, e o Pix foi desenvolvido e faz uso de meios inovadores e seguros para autenticação digital. Todas as movimentações são efetivadas através da Rede do Sistema Financeiro Nacional e a intenção é que este grupo de trabalho seja permanente, a fim de garantir a segurança nas transações de pagamento e maior privacidade aos usuários.

O sistema é seguro, mas também precisamos ficar atentos para não cair em golpes!


  • Não faça transferências e pagamentos sem se certificar se os dados são mesmo da pessoa para quem você quer mandar o valor (antes de concluir a transação, aparecerá o nome completo do titular, não transfira para desconhecidos).


  • No caso de receber uma mensagem de um conhecido pedindo uma transferência ou pagamento, sempre ligue para confirmar se foi ele mesmo quem enviou.


  • É importante ressaltar que você não paga nada para se cadastrar no Pix, e que as instituições não vão te ligar solicitando dados e pagamentos.


  • Nas compras online, procure por sites conhecidos e com boa reputação, desconfie de promoções que pareçam boas demais para serem verdade.


  • Para realizar o pagamento pelo Pix, será necessário acessar sua conta. Portanto, ter uma senha segura continua sendo uma das melhores formas de se proteger de golpes e roubos. Procure ter várias senhas fortes, desde a utilizada para ligar o celular, até as de acesso a conta e autorização de transações. E, lembre-se, nunca forneça sua senha para ninguém!


Passado o período de cadastramento e adaptação dos usuários ao Pix, outra novidade promete movimentar ainda mais o sistema financeiro do país, o Open Banking! Com o ele, o Banco Central pretende estimular a competitividade entre instituições, a redução de juros, a inovação com uso de tecnologias e a inclusão de mais pessoas. Também irá facilitar a portabilidade de conta, acesso ao crédito e que usuários tenham mais controle sobre seus dados.


Ao que tudo indica, o molde do sistema financeiro que conhecemos irá mudar muito nos próximos anos, o futuro chega com novas tecnologias e foco na inclusão financeira. Com isso, a educação financeira nunca se fez tão importante! Ela é fundamental para que todos os brasileiros aproveitem o que há de melhor nesse processo de inclusão, com consciência e moderação.


Para saber mais, acesse aqui.

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